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Releitura de uma obra de arte

  • Foto do escritor: Rafaela Ponchirolli
    Rafaela Ponchirolli
  • 25 de out. de 2018
  • 2 min de leitura

Atualizado: 3 de mar. de 2019

Relátorio e releitura para a aula de Arte, Cultura e Estética.

Levantamento da obra


Amnésia é uma das seis esculturas feita em bronze por Flávio Cerqueira, artista paulistano, em 2015. A obra esteve na exposição de Cerqueira (2016), Se Precisar, Conto Outra Vez, na Casa Triângulo; e recentemente está na exposição Histórias afro-atlânticas desde junho no MASP e no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

O tema abordado por Cerqueira é o olhar eurocentrista da história brasileira, sendo a Amnésia uma escultura que exemplifica o branqueamento das memórias brasileiras ao mostrar um menino negro jogando em sua própria cabeça uma lata de tinta branca.

A obra, localizada no meio de um corredor, chama a atenção do observador no Museu de Arte Moderna de São Paulo, pois pode ser considerada “forte”. Além disso, remete a reflexão por tratar de um assunto que infelizmente continua atual.

Créditos: Rafaela Ponchirolli

Releitura da obra - crônica


QUANDO EU CRESCER, QUERO SER BRANCO

Nas escadas na Praça Roosevelt, Gabriel foi acordado com jatos de água e aos gritos: “levanta ai pretinho, estamos fazendo uma limpeza aqui!”.

Não entendeu direito, porque nenhum deles carregava objetos de limpeza. Despertou, e foi subindo a Rua da Consolação.

Parou na frente de um salão de beleza e ouviu de uma mulher elegante: “pinta de branco, que parece que fica mais limpinha né?”. Olhou para as próprias mãos e ficou confuso.

Passou por uma loja de brinquedo, ficou deslumbrado. Tantos brinquedos, tantas famílias, tantas coisas legais. Só estranhou que nenhum brinquedo ali parecia com ele.

Cansado de andar no sol, decidiu parar na sombra do Sujinho. Ainda não estava aberto, mas um dos garçons já estava por lá. Um homem alto, loiro. “Eieiei, pode ir saindo, assim vai atrapalhar nosso trabalho menino!”

Gabriel já estava começando a ficar triste. Por que todo mundo era diferente dele? Por que ele não podia ficar em nenhum desses lugares?

Continuou subindo a rua.

Até que em uma das travessas da Paulista, Gabriel encontrou a solução.

A casa abandonada ganhava vida. Uma vida branca. Uma vida limpa.

“Quem sabe eu também possa...”

Pegou o balde de tinta e virou na cabeça.

Problema resolvido.


 
 
 

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